La Domenica Del Corriere - Tribunal anula eleição de presidente do Senado da Colômbia

Tribunal anula eleição de presidente do Senado da Colômbia
Tribunal anula eleição de presidente do Senado da Colômbia / foto: JUAN BARRETO - AFP

Tribunal anula eleição de presidente do Senado da Colômbia

O Conselho de Estado, o máximo tribunal administrativo da Colômbia, anulou, nesta quinta-feira (4), a eleição - por dupla militância - do presidente do Senado da Colômbia, Roy Barreras, crucial na gestão das reformas ambiciosas do mandatário Gustavo Petro.

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Barreras foi congressista pelo Partido de la U (centro-direita) entre 2018 e 2022, e reeleito em março de 2022 como candidato do Pacto Histórico, a coalizão de esquerda liderada por Petro.

Segundo o tribunal, o político descumpriu "seu dever de renunciar ao cargo 12 meses antes da data de inscrição para as eleições parlamentares do período 2022-2026", violando as normas eleitorais e incorreu em dupla militância.

Em uma mensagem no Twitter, Barreras aceitou sua expulsão imediata do Congresso: "As decisões da Justiça se respeitam mesmo que pareçam injustas", escreveu.

Também adiantou que vai interpor um recurso legal no Conselho de Estado para "restabelecer o direito" de seus eleitores.

Amigo do poder e das elites de direita que governaram na Colômbia durante várias décadas, Barreras foi um escudeiro de Petro antes de sua chegada à Presidência.

Como presidente do Senado, apoiou a maioria das reformas legislativas que o governo apresentou em nove meses, especialmente uma reforma tributária para endurecer os impostos para os mais ricos.

Especialistas consideram que seu papel era chave para chegar a consensos entre os diferentes partidos que apoiam Petro e os que não.

Na noite de quarta-feira, o próprio presidente agradeceu a Barreras no Twitter por "seu papel determinante na aprovação do Plano de Desenvolvimento", o roteiro do governo até 2026.

Assim, o primeiro presidente de esquerda da Colômbia soma um novo revés em sua relação com o Legislativo.

Na semana passada, Petro rompeu relações com três partidos tradicionais que o apoiaram assim que ele assumiu o mandato, em 7 de agosto, mas depois se opuseram às suas reformas.

Diante da dificuldade de tornar realidade as promessas que fez a seus eleitores, o presidente substituiu sete de seus ministros, inclusive o da Fazenda.

No dia 1º de maio, de uma sacada da residência presidencial de Nariño, Petro antecipou ao Congresso a possibilidade de uma "revolução" se não aprovasse suas propostas e pediu a seus eleitores que protestassem nas ruas.

S.Esposito--LDdC