Inflação na zona do euro volta a subir em novembro
A inflação na zona do euro voltou a subir em novembro, a 2,3% em ritmo anual, seguindo a tendência dos últimos dois meses e ficando novamente acima da meta do Banco Central Europeu (BCE).
Segundo a agência europeia de estatísticas Eurostat, o resultado de novembro foi provocado por um forte aumento dos preços no setor de serviços e a uma queda inferior ao esperado no setor de energia.
A zona do euro, integrada por 20 países, registrou em setembro uma inflação de 1,7%, que em outubro subiu para 2%, o centro da meta do BCE.
Ao mesmo tempo, a inflação subjacente - que elimina do cálculo a energia e os alimentos - permanece estável desde setembro, a 2,7%.
O resultado anunciado pela Eurostat está alinhado com as expectativas do mercado: a Bloomberg projetou uma inflação de 2,3% e a FactSet previu 2,4%.
A Eurostat informou que os serviços registraram a maior taxa interanual em novembro, a 3,9%, seguidos por alimentos, álcool e tabaco (2,8%), bens industriais não energéticos (0,7%) e energia (-1,9%).
A agência destacou que os preços da energia recuaram -4,6% em outubro, mas não conseguiram repetir o desempenho em novembro.
Entre as principais economias da Eurozona, a Alemanha registrou em novembro uma inflação interanual de 2,4% segundo o índice harmonizado. A França teve resultado de 1,7%, Itália de 1,6%, a Espanha de 2,4% e Portugal 2,7%.
A Bélgica registrou a inflação mais elevada do bloco em novembro, com 5,0%, enquanto a Irlanda ficou no outro extremo, com índice de 0,5%.
O BCE aumentou os custos de empréstimos em um ritmo sem precedentes a partir de julho de 2022, uma medida que promoveu uma forte desaceleração do crescimento econômico.
Em 2024, quando conseguiu controlar a inflação, o instituto emissor fez três cortes em sua taxa básica de juros.
Para o economista Jack Allen-Reynolds, da consultoria Capital Economics, o resultado de novembro pode afetar a tendência imposta pelo BCE em sua política de redução das taxas de juros.
Em particular, a tendência no segmento de serviços "reduz a possibilidade de o BCE cortar as taxas de juros em 0,50 ponto em dezembro", disse.
O economista Bert Colijn, do banco ING, apontou que "certa pressão de alta procedente dos preços dos insumos está começando a ser mais premente".
Ele acrescentou que, "como se espera que a demanda permaneça frágil, não parece que o BCE deva se preocupar muito com uma alta da inflação".
A.Dodaro--LDdC