La Domenica Del Corriere - ONU: população da Índia vai superar a da China nos próximos meses

ONU: população da Índia vai superar a da China nos próximos meses
ONU: população da Índia vai superar a da China nos próximos meses / foto: Manjunath KIRAN - AFP/Arquivos

ONU: população da Índia vai superar a da China nos próximos meses

A Índia vai superar em meados de 2023 a China como o país de maior população do mundo, de acordo com projeções da ONU divulgadas nesta quarta-feira (19), o que representa grandes desafios para um país com infraestrutura precária e empregos insuficientes para seus milhões de jovens.

Tamanho do texto:

A Índia vai alcançar 1,428,6 bilhão de habitantes em meados do ano, superando a marca de 1,425,7 bilhão da China, de acordo com o relatório do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) sobre o Estado da População Mundial.

A China tem sido historicamente considerada a nação com maior população do mundo desde a queda do Império Romano. Mas sua população diminuiu no ano passado, o que aconteceu pela primeira vez desde 1960, segundo os dados oficiais divulgados há alguns meses.

Muitos atribuem o resultado na China ao aumento do custo de vida, assim como ao maior número de mulheres no mercado de trabalho e no ensino superior.

Pequim acabou em 2016 com sua rígida política de apenas um filho por família, imposta na década de 1980 em meio a temores de uma superpopulação. Em 2021, o país passou a permitir que os casais tenham três filhos.

A China prevê um declínio demográfico contínuo devido à queda na taxa de natalidade e ao envelhecimento de sua força de trabalho.

- Resposta ao envelhecimento -

O governo chinês afirmou nesta quarta-feira que "aplica uma estratégia nacional para responder ativamente ao envelhecimento da população, promove a política de três filhos com medidas de apoio e responde ativamente às mudanças no desenvolvimento populacional".

"O dividendo demográfico da China não desapareceu, o dividendo de talento está tomando forma e o estímulo ao desenvolvimento continua forte", disse o porta-voz da diplomacia do país, Wang Wenbin.

A Índia não possui dados recentes sobre o número de habitantes porque o país não faz um censo populacional desde 2011.

O censo que a Índia organiza a cada década estava programado para 2021, mas foi adiado pela pandemia de coronavírus.

Atualmente, o país enfrenta obstáculos logísticos e a relutância política, o que torna improvável a organização de um censo a curto prazo.

Os críticos acusam o governo de adiar deliberadamente o censo para ocultar informações polêmicas, como a taxa de desemprego, antes das eleições nacionais de 2024.

A economia indiana, sob o governo do primeiro-ministro Narendra Modi, luta para oferecer emprego aos milhões de jovens que entram na força de trabalho a cada ano.

Metade da população do país tem menos de 30 anos.

O governo também enfrenta o desafio de proporcionar energia elétrica, alimentos e habitação para a população cada vez maior.

- População mundial -

De acordo com o Pew Research Centre, a população indiana aumentou em mais de um bilhão de pessoas desde 1950, ano em que a ONU começou a compilar dados populacionais.

O relatório do UNFPA destaca que a população mundial atingirá 8,045 bilhões de pessoas nos próximos meses.

Outros países, especialmente na Europa e Ásia, registram a tendência de declínios demográficos nas próximas décadas, de acordo com dados da ONU publicados em julho do ano passado, que antecipam como será a população mundial até o ano 2100.

Oito nações de mais de 10 milhões de habitantes, a maioria na Europa, registraram queda no número de habitantes na última década.

Em contraste, a população da África deve aumentar de 1,4 bilhão atualmente para 3,9 bilhões em 2100. O continente abrigará 38% da população mundial, muito acima dos 18% atuais.

O Japão enfrenta um declínio devido ao envelhecimento de sua população, o que provocou uma redução de três milhões de habitantes entre 2011 e 2021.

A população do planeta em seu conjunto diminuirá na década de 2090, após atingir o pico de 10,4 bilhões, segundo a ONU.

A.Belloli--LDdC