La Domenica Del Corriere - Rússia executa ataque em larga escala contra rede de energia da Ucrânia no Natal

Rússia executa ataque em larga escala contra rede de energia da Ucrânia no Natal
Rússia executa ataque em larga escala contra rede de energia da Ucrânia no Natal / foto: SERGEY BOBOK - AFP

Rússia executa ataque em larga escala contra rede de energia da Ucrânia no Natal

A Rússia lançou nesta quarta-feira (25) mais de 70 mísseis e uma centena de drones contra as instalações de energia da Ucrânia, um ataque que, segundo Kiev, matou uma pessoa e deixou centenas de milhares de residências sem energia elétrica e calefação no dia de Natal.

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O presidente russo, Vladimir "Putin escolheu deliberadamente o dia de Natal para atacar. O que poderia ser mais desumano?", denunciou o chefe de Estado ucraniano, Volodimir Zelensky.

O presidente ucraniano destacou que "mais de 50 mísseis" e alguns drones foram abatidos, mas outros projéteis provocaram cortes de energia em várias regiões do país.

"O terror é a resposta de Putin àqueles que mencionaram um ilusório 'cessar-fogo de Natal'", declarou o chefe da diplomacia ucraniana, Andrii Sibiga.

Os ataques atingiram seis regiões da Ucrânia, com um balanço de pelo menos um morto e seis feridos. Também provocou grandes cortes no sistema de calefação em pleno inverno (hemisfério norte, verão no Brasil), segundo as autoridades do país.

Na cidade de Dnipro, no centro-leste da Ucrânia, um funcionário de uma central térmica morreu, informou o vice-primeiro-ministro Oleksii Kuleba.

Em Kharkiv, a segunda maior cidade do país, localizada no nordeste, perto da fronteira com a Rússia, meio milhão de casas ficaram sem energia elétrica, calefação e água quente, segundo o governador da região, Oleg Sinegubov.

Ao menos seis pessoas ficaram feridas nos ataques contra a cidade, informou.

A Força Aérea ucraniana indicou ter detectado 78 mísseis russos e 106 drones e afirmou que derrubou 59 e 54, respectivamente.

Desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, a Rússia provocou graves danos ao sistema de energia elétrica da Ucrânia com bombardeios que causam apagões frequentes.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, condenou "o ataque contínuo à infraestrutura de energia da Ucrânia" e elogiou "a resistência do povo ucraniano".

Do lado russo, quatro pessoas morreram e várias ficaram feridas em um bombardeio ucraniano em Lgov, uma cidade na região fronteiriça de Kursk, onde a Ucrânia efetua uma ofensiva desde agosto, informou o governador Alexander Khinshtein.

- Celebrar o Natal com o Ocidente -

A empresa ucraniana de energia DTEK informou que o ataque provocou graves danos aos equipamentos de suas centrais térmicas.

Este foi o 13º ataque em larga escala contra o sistema energético ucraniano desde o início do ano, segundo o grupo.

"Privar de luz e calor milhões de pessoas pacíficas que celebram o Natal é um ato depravado e maligno ao qual temos que responder", afirmou na rede social X o diretor-geral da DTEK, Maxim Timchenko.

A empresa nacional de energia elétrica, Ukrenergo, anunciou vários cortes no abastecimento.

"O inimigo executa mais uma vez um ataque maciço contra o setor de energia", escreveu o ministro da Energia da Ucrânia, German Galushchenko, no Telegram. Ele acrescentou que as autoridades estão adotando "as medidas necessárias para limitar o consumo.

Os cortes afetaram brevemente a região de Ivano-Frankivs, no oeste da Ucrânia, a centenas de quilômetros da frente de batalha, segundo as autoridades regionais.

O chefe da diplomacia ucraniana afirmou que um míssil russo "passou pelos espaços aéreos da Moldávia e da Romênia".

A Romênia, no entanto, afirmou que não detectou nenhum míssil em seu espaço aéreo.

Os ataques acontecem no dia 25 de dezembro, quando a Ucrânia celebra, pela segunda vez em sua história moderna, o Natal, assim como os países ocidentais, e não em 7 de janeiro, como no calendário juliano seguido pela Igreja Ortodoxa Russa.

A mudança foi oficializada em 2023, principalmente como um ato de desafio à Rússia, embora entre 2017 e 2022 a Ucrânia já tivesse celebrado a festa nas duas datas.

Putin, prometeu no domingo que a Ucrânia sofrerá ainda mais "destruição", após um ataque de drones contra edifícios residenciais na cidade russa de Kazan, localizada a mil quilômetros da fronteira ucraniana.

Rússia e Ucrânia intensificaram os bombardeios nos últimos meses, com o objetivo de reforçar o máximo possível as suas posições antes da chegada à Casa Branca, em janeiro, do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que prometeu acabar rapidamente com o conflito.

O exército russo, que avança rapidamente no leste da Ucrânia, tenta manter a velocidade em sua progressão.

O Ministério da Defesa russo reivindicou nesta quarta-feira a tomada da localidade de Vidrodzhennia, perto de Pokrovsk, cidade logisticamente importante para as forças ucranianas.

M.Vecchiarelli--LDdC